Uma pseudocriança

domingo, 11 de dezembro de 2011


"7 anos, joelhos arranhados, cabelos esvoaçados e coração desocupado. A descrição perfeita sobre mim. Criança, feliz, sorridente e extremamente despreocupada com o assombroso futuro. A única preocupação era brincar e brincar e ouvir a minha mãe reclamar enquanto eu entrava em casa toda suja e deixava minhas pegadas no chão. Eu tinha amigos, em especial minha melhor amiga de todos os tempos. Cristiane. Era galega, de olhos verdes e pele branca. Era brincalhona e fazia piada de tudo. Nós eramos inseparáveis. Lembro-me de quando machuquei o joelho pela primeira vez. Eu e Cris estávamos jogando vôlei com a minha bola rosa da Barbie. Eu corri pra pega-la e escorreguei feio, quebrei o joelho. Até hoje a Cris se culpa por ter visto-me chorando tanto e tanto e tanto. Era bom ser criança, sabe? Poder sair por ai tranquilamente e saber que a qualquer momento que você voltasse pra casa, poderia correr pro colo da mamãe e tudo ficava bem. Considero-me feliz por ter tido a infância que mereci. Por ter, a todo tempo, amigos. E por, principalmente, ter vivido intensamente cada segundo dela. Afinal, hoje já não se vê mais crianças como antigamente. Hoje em dia ninguém brinca mais no meio da rua, por 'n' motivos que não vale nem a pena citar. Crianças hoje estão presas, escravas de um computador, de um mundo o qual não lhes pertence. Criança tem mais é que jogar bola, brincar de boneca, de casinha, de polícia e ladrão. Criança tem mesmo é que ser feliz. Tem que se sujar, tem que comer besteira, tem que fazer o que lhe dá vontade. Infelizmente, nos dias de hoje, os pais não permitem mais o desempenho infantil dos filhos por medo. Unica e exclusivamente medo. Medo de doença, medo de assalto, medo de machucado, medo disso, medo daquilo. Que é isso, pessoal? Antigamente, havia grande parte das doenças de hoje, e, pelo que eu saiba, foram poucos os que morreram por causa de uma brincadeira, né? Tudo bem que tem que haver a prevenção, mas também não é assim não. Deixem que as crianças aproveitem tudo o que a infância tem pra oferecer. Deixem elas aproveitarem a melhor fase da vida delas! Deixem-nas livres pra deitar e rolar com o cachorro, com os primos, irmãos, parentes. Deixem-nas felizes apenas permitindo que elas brinquem onde queiram! Deixem florir esse sentimento tão bom de infância...... Sabe, considero-me uma pseudocriança cheia de objetivos, cheia de vontades, cheia de liberdade. Ainda hoje, quando vejo alguém se divertindo, me dá aquela vontade de me juntar ao grupo e ser feliz, como naquela época, com minha pra sempre melhor amiga Cris."

Amanda Pacheco

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