Pobre coração.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

"... Talvez fosse hora de parar tudo que estivesse escrevendo e começar a pensar mais. Não porque escrever não me deixava pensar, mas porque pensar fazia com que eu escrevesse mais. As letras saiam e só no fim eu percebia o que havia escrito. Então eu parei e comecei a pensar, em você. Era inevitável, quando eu exercia o ato simples de fechar os olhos só aparecia sua imagem e sua voz; seu cheiro, seu sorriso, seu olhar. Tudo o que me atraia em você vinha em minha memória e eu lembrava os momentos que havíamos passado juntos. E então eu começava a escrever, escrever longos e intermináveis textos sobre nós. Isso não me bastava, eu realmente precisava de você. Mas não podia admitir, afinal quem quis que as coisas ficassem do jeito que estão fui eu. Eu lutava contra minhas próprias forças e meu coração chorava, mas não se deixava abalar e ia sempre ao encontro direto do meu cérebro; eles brigavam feio e o coração ganhava, mas o cérebro continuava persistente no ato de ser firme na decisão. Era um martírio acordar durante a madrugada e não ter recebido nenhuma mensagem de texto, nenhuma ligação, nenhuma mensagem na secretária eletrônica... E então eu parei. Parei com essa idiotice que foi te deixar ir, te perder. Isso me trouxe muitas lágrimas e muitas noites perdidas. Passei trinta minutos olhando para o celular e meu coração gritava: "LIGA PRA ELE! LIGA LOGO! VOCÊ SABE QUE É ISSO QUE QUER!". E então meu cérebro se rendeu e eu finalmente peguei meu celular com as mãos trêmulas, frias e suadas; digitei número por número com medo de me arrepender depois, mas aconteceu algo comigo que eu comecei a sentir algo que eu jamais tinha sentido, uma sensação de que era realmente isso que eu precisava fazer. Terminei de digitar os números e disquei.
- Alô? - A voz mais linda que eu já havia escutado na minha vida.
- Tá frio, preciso de você pra me esquentar. Vem pra cá - eu sorri involuntariamente.
- Chego ai em dois minutos. Te amo mais que tudo
- Te amo - disse com a voz trêmula."


Amanda Pacheco

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